O fortalecimento do real verificado na quarta-feira, após uma ação do Banco Central para vender dólares, aumenta a confusão de investidores e analistas sobre a política cambial brasileira, comenta um novo post no blogbeyondbrics publicado pelo diário econômico britânico Financial Times.
O texto, assinado pela correspondente em São Paulo Samantha Pearson, ironiza a postura do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao afirmar que "entender o que ele pretende pode ser exaustivo, especialmente no que se refere ao seu tema favorito: as guerras cambiais".
A jornalista observa que o real havia se desvalorizado na manhã de quarta-feira após Mantega afirmar que o governo estava pronto para corrigir qualquer movimento excessivo na taxa de câmbio, acrescentando que uma moeda mais fraca torna a indústria doméstica mais competitiva.O texto também classifica a declaração do ministro de que o câmbio no Brasil se mantém livre, desde que se mantenha dentro de uma banda apropriada, como "sem sentido".
Apesar disso, o real voltou a se valorizar depois com a ação do Banco Central, levando a cotação do dólar a menos de R$ 2 pela primeira vez desde julho do ano passado.
Diante da confusão, o texto conclui dizendo que há somente três possíveis explicações para as intenções das autoridades brasileiras:
"1. Eles querem uma apreciação gradual do real para conter a inflação, e a advertência de Mantega tinha a intenção de moderar qualquer movimento acentuado como consequência da intervenção do Banco Central; 2. Eles decidiram que o real está no nível correto e estão enviando sinais contraditórios para estabilizar a moeda; 3. Eles não têm nenhuma ideia do que estão fazendo."