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Europa vive uma crise sistêmica, o que é muito perigoso


Miriam Leitão: 'Europa vive uma crise sistêmica, o que é muito perigoso'


Comentarista explica que a crise não é localizada e que todos os bancos e países estão em risco. -  @ProfFrancesc


Houve vitórias e derrotas no acordo feito na madrugada desta sexta-feira (9) na Europa. A Grã-Bretanha ficou responsável pela parte da derrota, porque ela queria que o que valesse para todos os países, não valesse para ela. Isso é inacreditável. A Grã-Bretanha impediu esse acordo global.
A vitória foi que França e Alemanha, que brigaram todo esse tempo com condições diferentes, de repente, estão de acordo, nessa espécie de Maastricht 2. O que é Maastricht? Foi o acordo que deu regras de controle das contas públicas, assinadas em 93 que foi a base do euro, que foi lançado em 99. O que eles estão querendo fazer é reforçar o acordo, mas com o Reino Unido fora, ou seja, só com os países da zona do euro.
Os líderes europeus estão exaustos. A situação se agravou nos últimos dias. Conversei com vários economistas, como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e eles usam uma expressão a que têm pavor, que é crise sistêmica. A Europa está vivendo uma crise sistêmica. O que significa isso? É uma crise que não é localizada. Todos os bancos e países estão em risco. Porque há dúvida sobre a capacidade desses países de pagar suas dívidas e os bancos estão desconfiando uns dos outros. Crise sistêmica é muito perigoso.
Esta sexta é o dia de acompanhar tudo. Olhar ponto por ponto do acordo e ver a evolução das negociações. Esta sexta é um dia chave para saber se a gente continuará tendo uma moeda chamada euro ou não. Se eles falharem, se ficar claro que eles falharam, qualquer evento, como a quebra de um banco ou um país que não consiga honrar sua dívida, pode detonar um episódio de pânico.
O Reino Unido ficou de fora. O problema do primeiro-ministro David Cameron é que o próprio partido dele, os conservadores, resiste a qualquer concentração de poder na Europa. Os conservadores e muita gente da oposição não acreditam nessa união - acham que ela é prejudicial. Os liberais estão ao lado da Europa. E, como vimos, a Europa também está dividida, afinal República Tcheca, Suécia e Hungria ainda não aceitaram o tratado amplo.  -  @ProfFrancesc

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