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“Três ex-namorados meus viraram gays”


“Três ex-namorados meus viraram gays”


por Nathalia Ziemkiewicz  -  @ProfFrancesc
Trocava emails com uma amiga dos tempos de faculdade quando ela me disse: “Já namorei três caras que depois se descobriram gays”. Não pude evitar. Passei alguns minutos vasculhando na memória qualquer indício que me levasse à mesma conclusão de M*.
Teriam meus ex-namorados feito descobertas mais interessantes depois de mim – ou, pior, DURANTE o nosso relacionamento? Confesso que o meu gaydar (aquela anteninha que te diz se o cara olha para as suas pernas com desejo ou inveja da depilação) nunca foi dos mais eficientes. Já flertei com homens super discretos que, conversas mais tarde, perguntaram coisas como “o que você usa para manter esse cabelo de miss?” ou “ me apresenta aquele bofe magia do seu amigo?” Juro.
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Não tenho mais contato com meus ex-namorados, mas apostaria (ok, sem colocar a mão no fogo) que continuam héteros. Se estiver enganada, peço que conhecidos mandem notícias sobre eles por email! Voltemos ao caso da minha amiga, que motivou este post. Desde a época em que frequentávamos o mesmo campus de jornalismo, M* chamava atenção como uma mulher bonita e bem-resolvida. Vivia com seus livros cabeçudos e um sorriso de quem não está nem aí para a opinião dos outros. Aos 27 anos, ela conta mais sobre esse passado tão discutido no divã da terapia.
“Já me perguntei muito se tinha o dedo podre –  ou por que eu me envolvia com caras que se assumiam gays depois de um tempo. Será que era uma espécie de superpoder? Eles passavam por mim e, de repente, se transformavam em homossexuais. Nunca percebi nada e não acho, sinceramente, que estivesse me enganando. Eles não tinham jeito afeminado, não fugiam do sexo comigo, não davam motivos para que eu desconfiasse. Convivo com gays desde pequena e cresci sem esse preconceito. No início da adolescência, com 14 anos, tive um namoradinho em Natal. Passava férias lá e ele era irmão das minhas amigas. Beijávamos muito e ele insistia para que transássemos. Perdi minha virgindade um ano depois. Também era a primeira experiência sexual dele. Hoje ele é um executivo bem-sucedido que mora no Sul. Como nossas famílias são amigas, minha prima se hospedou na casa dele e ganhou um livro emprestado. Do meio das páginas, caiu um flyer de uma boate gay. Há anos ele não saía com nenhum menina e mantinha sua vida pessoal muito reservada. E comentávamos como ele estava ‘solto’. Acho que fiz parte de uma fase de muitas explorações e fiquei feliz por ele ter se encontrado.
Com o meu segundo namorado foi bem mais complicado. Eu tinha 16 e ele, 20. Ficamos juntos por seis meses, período em que ele teve a primeira relação sexual. O problema é que ele era excessivamente ciumento e possessivo. Um dia estávamos vendo TV e ele começou a falar cada grosseria sobre gays! Brigamos feio por isso, fico p… com esse tipo de atitude machista. Logo depois, terminamos. Na mesma semana, recebi uma ligação da minha ex-sogra. Ela estava descontrolada e dizia que tudo era culpa minha. Não entendi nada, achei que a velha estivesse louca. Então ela disse que havia um homem dormindo com o filho dela. Fiquei em choque, não acreditei: ele era homofóbico! Mais tarde, um amigo meu o encontrou na rua. De mãos dadas com um cara. Nenhuma amiga nunca comentou comigo, por exemplo, de que ele dava sinais de ser gay. Tudo bem que sou orgulhosa e também não me atreveria a perguntar algo do tipo. Mas sempre quis saber por que eu atraía esses lances. Talvez por ser cabeça aberta e liberal?
Na faculdade, ficava com um cara de 21 anos e, de novo, fui a primeira mulher de alguém. Um dia estávamos no aniversário dele, em uma balada gay, e ele tascou um beijo de língua em um colega de sala na frente de todo mundo. ‘Gente, mas ele não dava um beijo daqueles nem em mim!’, pensei. A terapia me ajudou a trabalhar essas histórias e não abalar a minha autoestima. Tanto que passei a ficar com os olhos bem abertos, procurando em cada envolvimento qualquer mínimo indício de que eu havia me enganado de novo. Hoje estou vivendo um momento completamente diferente. Sou casada há dois anos e mãe de uma criança linda de um aninho.”
E você, já passou por uma situação parecida? - rsrs  @ProfFrancesc
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